Socialmente é exigido às mulheres que satisfaçam determinados parâmetros físicos, independentemente dos sacrifícios que isso implique. Caso não obedeçam ao que está instituído são adjectivadas de várias formas, normalmente nada simpáticas. Sim é machismo e nós compactuamos…
Dada a correria a que tenho assistido ao ginásio, aos nutricionais e às esteticistas nesta época do ano; apeteceu-me escrever sobre isto.
Na minha experiência pessoal, de mulher volumosa e voluptuosa - que gosta de comer e sabe cozinhar - sofro com os pequenos prazeres da gula, porque ficam 5 minutos na boca e uma vida na anca. Não bastasse ser um pecado mortal, coisa que não me tira um segundo de sossego, ainda tenho de olhar para ele todos os dias.
A cultura da magreza em detrimento da saúde deixa-me perplexa. Passo a explicar o meu ponto de vista, por pontos.
Comida:
Não devemos viver obstinadas por sermos magras, mas por sermos saudáveis. Da minha parte, faço uma dieta saudável e equilibrada, com base em produtos locais e sazonais, pobre em sódio, potássio e fósforo (para poupar os meus débeis rins). Só luto para controlar as quantidades ingeridas, porque sou uma bela cozinheira e não me facilito a vida.
Exercício Físico:
Faço-o todo o ano porque me sinto melhor, diminuí a dores musculo esqueléticas, aumentei a auto estima e, feito pela manhã, mantém-me bem-disposta o resto do dia. Não há milagres, não esperem entrar no dia 1 de Março para o ginásio como a Moby-Dick e sair no 1 de Julho como a Sara Sampaio. Eu prefiro ter resultados todo o ano, não apenas rebentar-me em três meses, para em Outubro estar tudo perdido.
Estética e tratamentos:
Faço o que é necessário para estar apresentável - pois trabalho com pessoas e a apresentação conta – e sentir-me melhor, mais leve e menos cansada (recomendo massagens drenantes todo o ano). Não esperem que umas máquinas, umas massagens e uns cremes façam em meses o que vocês não fizeram a vida toda. A gravidade causa danos irreparáveis, devemos tentar evitá-los, uma vez instalados temos de nos conformar e viver com isso!
Ah, para nada disto o tabaco ajuda, se não deixaram de fumar por temerem o cancro, deixem por temer envelhecer.
Sempre fui uma rapariga de avantajadas dimensões, ainda que proporcional, seria um expoente máximo de beleza num século longínquo, mas no século XXI não será bem assim. Sofro com isso?! Na maioria do tempo não, mas uns minutos por ano (especialmente a primeira vez de biquíni) sim.
Por tudo isto, tenham um estilo de vida saudável, tenham um Índice de Massa Corporal (IMC) que vos dê saúde, mobilidade e auto-estima. Façam o que têm a fazer para estarem felizes e se sentirem realizadas, porque também não estamos bem quando o invólucro não nos agrada. Normalmente a genética e o metabolismo não ajudam e a maioria das pessoas que dizem que não faz nada e é magra, mente… Não façam promessas aos santinhos, mexam-se pela vossa saúde.
Nota: Não sou nada feia, sou bastante sexy e um dia, assim o permita a gravidade, terei um corpo sem partes gelatinosas. Mas não será de Março para Julho, certamente.
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