Não poderia deixar passar em branco as alterações na Antena 3, rádio de que tanto gosto e na qual sempre tive a esperança que se torna-se melhor. Assim foi!
A nova Antena 3 tornou-se efetivamente (como diz o slogan) uma alternativa pop, entenda-se com isto que passa maioritariamente música alternativa - entendo que esta é toda a música que foge do main stream vigente nas rádios de difusão nacional.
Há já algum tempo deixei de ouvir rádio nas minhas deslocações de carro, já bastava a condução para irritar, não preciso de juntar a isso música má. Como ouvi falar nas alterações na Antena 3 e pareceram-me boas, especialmente no segmento da manhã, dei uma hipótese, foi o melhor que fiz.
As duplas Ana Galvão e Joana; Luís Oliveira e Ana Markl (esta última locutora, claramente, ainda em fase de adaptação) são fabulosas. O gosto musical é bom, tenho aqui de destacar o Luís Oliveira, que se deve sentir muito mais realizado, com a liberdade dada fora da antiga (miserável) lista de músicas. Era lastimável ter de meter a Antena 3 no mesmo saco de RFM e Comercial, quando esta nunca teve esse objetivo, com estas alterações isso acabou.
A Antena 3 sempre teve programas de autor incrivelmente bons, mas em horários vergonhosos, agora é como se toda ela fosse uma rádio de autor, de bom gosto. Ter Portugália ao final da manhã é um luxo, com isto até sinto que possa voltar a ter o interesse que tive outrora por consumir música nova, para já agrada-me que recuperem boa música, mesmo ela sendo antiga.
Aconselho vivamente todos os que gostam de música alternativa, ou apenas que gostam de música boa, a ouvirem a nova Antena 3. Mesmo os que acham que não gostam, pode ser que descubram novas sonoridades que jamais ouviram nas rádios nacionais privadas.
Conheçam a nova grela em: http://media.rtp.pt/antena3/
O Blog da Ervilha
sábado, 31 de outubro de 2015
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
Os famosos cruzeiros no douro
No último final de semana 10 e 11 de Outubro fui fazer um programa que se adivinha extraordinário, uma experiência única, que está escrita na lista de coisas a fazer de qualquer português; um cruzeiro de 2 dias pelo Rio Douro desde o Porto até Barca de Alva (ou seja, desde a foz do rio até à fronteira com Espanha) na empresa ROTA DO DOURO. Tinha vales para gastar em viagem e a tratava-se de fim de semana muito especial, no sábado o meu homem festejava o seu aniversário e no domingo comemorávamos 5 anos de namoro.
Este artigo visa a viagem por etapas, com descrição. No entanto, a experiência que os meus pais tiveram noutra companhia foi substancialmente diferente, pelo que posso fazer comparações baseadas em fontes fiáveis :)
A partida:
Dirigimo-nos à Ribeira do Porto para embarcar, logo à partida tivemos dificuldade em saber qual o local de embarque. Nada estava assinalado com o nome da companhia e os barcos ainda não tinham chegado, num dia de anunciado temporal (tivemos sorte não choveu) partimos com um atraso de 50 minutos. Atrasos para mim são coisa séria, revelam falta de profissionalismo e de consideração.
Fomos dos primeiros a chegar mas entretanto vieram os rebanhos de excursões e formaram filas, e nós sem perceber nada daquilo e sem avistar ninguém, acabamos por entrar porque perguntamos a quem (sem identificação nenhuma) andava de papeis na mão.
O avistamento da embarcação foi uma enorme desilusão, frustração e um desgosto, tratava-se de um cacilheiro adaptado, com ferrugem, casa de banho duvidosa e uma área comum (tipo refeitório) onde meteram um número considerável de pessoas. A sensação foi de que pagamos um produto anunciado como sendo de luxo e "vamos numa excursão num autocarro da Linhares". Pelo menos fomos à frente porque atrás o barulho dos motores e o cheiro a combustível era absolutamente insuportável.
A comida:
Quem me conhece bem sabe que eu não posso ter fome, nem ver gente brincar com a comida. É motivo para retaliação e rebelião.
Pequeno-almoço no barco é o básico, mas comparado com o resto é bem bom.
Almoço no primeiro dia porco lombo com batatas, sem opção, está mal. Eu não como porco mas não tive outro remédio, porque depois disso fiquei 8 horas sem comer. No primeiro dia entre o almoço e o jantar estivemos 8 horas sem comer, sendo que pelo meio tivemos "uma prova de vinhos" sem nada para meter no estômago.
No segundo dia, deram-nos um arroz de pato que desconfio nem pato era.
Jantar em hotel 4 estrelas um nojo, uma vergonha, a gota de água...O Hotel Régua Douro muito afamado deu-nos como prato principal de um produto de luxo uma mixórdia de puré, lascas de bacalhau, delicias do mar, cogumelos de lata, ovo cozido e muita gordura; uma espécie da massa consistente que envergonha a cantina da minha escola. Servida como quem atira massa consistente a um muro, o que fez com que algumas pessoas saíssem sujas do jantar. Como disse o Vicente "parece que se esqueceram de preparar o jantar e despejaram no pirex (sim foi servido à colherada de um pirex) tudo o que havia na despensa e levaram ao forno!". De sobremesa uma torta vergonhosa que ninguém comeu ou um leite creme saído do frigorífico. Reclamei imediatamente, mesmo sem comer, todos os presentes estavam desagradados, mas como eu reclamei acharam que "não valia a pena reclamar toda a gente."
No segundo dia queriam deixar-nos sem comer entre as 16 e as 23, porque achavam que um lanche (uma sandes de queijo, 3 rissóis e 4 quadrados 3x3cm de bola) chegava. Curiosamente toda a tripulação que seguia no comboio ia abastecida com restos do lanche. Fizemos barulho, aí sim todos, e foi-nos dado um saco plástico para levarmos os restos do lanche para a viagem.
A Tripulação:
Foi muito diferente nos dois barcos:
Barco Vale do Douro, do primeiro dia, foi uma desgraça até lá dentro se pegaram, estavam todos sujos, eram antipáticos e o chefe de sala era uma besta.
Barco Transdouro (penso eu), do segundo dia, tinha uma tripulação fabulosa, limpa e asseada, um chefe de sala que era um verdadeiro líder, mesmo assim não há milagres porque não conseguem resolver tudo.
O Alojamento:
Os quartos destinados para os hóspedes da Rota do Douro eram virados para a estrada, sendo que o nosso em particular estava situado em frente ao elevador e junto ao reclamo luminoso que fez barulho a noite toda. Este tipo de quarto não foi dado a outros hóspedes, nomeadamente estrangeiros.
A visita à quinta e a prova de vinhos:
Depois de 5 horas sem comer fomos para a Quinta do Seixo, do grupo Sogrape, uma quinta lindíssima, super bem arranjada e com uma vista top. Problema é que a visita foi 15 minutos (depois de uma hora de viagem de ida e outra de volta) onde vimos um marco, umas garrafas e umas pipas. A prova foi dois fundos de vinho do douro de supermercado.
A partida:
Dirigimo-nos à Ribeira do Porto para embarcar, logo à partida tivemos dificuldade em saber qual o local de embarque. Nada estava assinalado com o nome da companhia e os barcos ainda não tinham chegado, num dia de anunciado temporal (tivemos sorte não choveu) partimos com um atraso de 50 minutos. Atrasos para mim são coisa séria, revelam falta de profissionalismo e de consideração.
Fomos dos primeiros a chegar mas entretanto vieram os rebanhos de excursões e formaram filas, e nós sem perceber nada daquilo e sem avistar ninguém, acabamos por entrar porque perguntamos a quem (sem identificação nenhuma) andava de papeis na mão.
O avistamento da embarcação foi uma enorme desilusão, frustração e um desgosto, tratava-se de um cacilheiro adaptado, com ferrugem, casa de banho duvidosa e uma área comum (tipo refeitório) onde meteram um número considerável de pessoas. A sensação foi de que pagamos um produto anunciado como sendo de luxo e "vamos numa excursão num autocarro da Linhares". Pelo menos fomos à frente porque atrás o barulho dos motores e o cheiro a combustível era absolutamente insuportável.
A comida:
Quem me conhece bem sabe que eu não posso ter fome, nem ver gente brincar com a comida. É motivo para retaliação e rebelião.
Pequeno-almoço no barco é o básico, mas comparado com o resto é bem bom.
Almoço no primeiro dia porco lombo com batatas, sem opção, está mal. Eu não como porco mas não tive outro remédio, porque depois disso fiquei 8 horas sem comer. No primeiro dia entre o almoço e o jantar estivemos 8 horas sem comer, sendo que pelo meio tivemos "uma prova de vinhos" sem nada para meter no estômago.
No segundo dia, deram-nos um arroz de pato que desconfio nem pato era.
Jantar em hotel 4 estrelas um nojo, uma vergonha, a gota de água...O Hotel Régua Douro muito afamado deu-nos como prato principal de um produto de luxo uma mixórdia de puré, lascas de bacalhau, delicias do mar, cogumelos de lata, ovo cozido e muita gordura; uma espécie da massa consistente que envergonha a cantina da minha escola. Servida como quem atira massa consistente a um muro, o que fez com que algumas pessoas saíssem sujas do jantar. Como disse o Vicente "parece que se esqueceram de preparar o jantar e despejaram no pirex (sim foi servido à colherada de um pirex) tudo o que havia na despensa e levaram ao forno!". De sobremesa uma torta vergonhosa que ninguém comeu ou um leite creme saído do frigorífico. Reclamei imediatamente, mesmo sem comer, todos os presentes estavam desagradados, mas como eu reclamei acharam que "não valia a pena reclamar toda a gente."
No segundo dia queriam deixar-nos sem comer entre as 16 e as 23, porque achavam que um lanche (uma sandes de queijo, 3 rissóis e 4 quadrados 3x3cm de bola) chegava. Curiosamente toda a tripulação que seguia no comboio ia abastecida com restos do lanche. Fizemos barulho, aí sim todos, e foi-nos dado um saco plástico para levarmos os restos do lanche para a viagem.
A Tripulação:
Foi muito diferente nos dois barcos:
Barco Vale do Douro, do primeiro dia, foi uma desgraça até lá dentro se pegaram, estavam todos sujos, eram antipáticos e o chefe de sala era uma besta.
Barco Transdouro (penso eu), do segundo dia, tinha uma tripulação fabulosa, limpa e asseada, um chefe de sala que era um verdadeiro líder, mesmo assim não há milagres porque não conseguem resolver tudo.
O Alojamento:
Os quartos destinados para os hóspedes da Rota do Douro eram virados para a estrada, sendo que o nosso em particular estava situado em frente ao elevador e junto ao reclamo luminoso que fez barulho a noite toda. Este tipo de quarto não foi dado a outros hóspedes, nomeadamente estrangeiros.
A visita à quinta e a prova de vinhos:
Depois de 5 horas sem comer fomos para a Quinta do Seixo, do grupo Sogrape, uma quinta lindíssima, super bem arranjada e com uma vista top. Problema é que a visita foi 15 minutos (depois de uma hora de viagem de ida e outra de volta) onde vimos um marco, umas garrafas e umas pipas. A prova foi dois fundos de vinho do douro de supermercado.
Tudo o que não está relacionado com a empresa Rota do Douro:
A vista é fabulosa, as cores de outono dão à paisagem tons lindos e encantadores. Os desníveis da barragem são incríveis uma experiência a ter. Infelizmente não aproveitei na plenitude...
Conclusão:
Não comprem na Rota do Douro, a Barca do Douro é muito melhor.
Vale a pena, realmente, da Régua para cima. Podem ir de carro até à Régua e depois de barco, comboio ou mesmo de carro até ao Pocinho ou barca D'Alva. Fica bem mais em conta e é o que vale a viagem.
Se quiserem passar nas barragens, optem por outra empresa.
Tudo o que a vista alcança é mágico, lindo de morrer inesquecível.
A melhor colaboração Homem-Natureza que vi até hoje.
A vista é linda não morram sem o fazer!
Se quiserem passar nas barragens, optem por outra empresa.
Tudo o que a vista alcança é mágico, lindo de morrer inesquecível.
A melhor colaboração Homem-Natureza que vi até hoje.
A vista é linda não morram sem o fazer!
terça-feira, 29 de setembro de 2015
Balanço de 1 ano e 1/2 de exercício físico (sério) regular
Este mês de setembro faz um ano e meio que uma hérnia dorsal grave me atirou para o ginásio. Hoje seria incapaz de viver sem o Pilates, o cardio e as longas caminhadas, que faço com muito mais facilidade. Sim as pessoas são estranhas, comparo-me às pessoas que deixam de fumar e depois perseguem quem fuma. É a mesma coisa, hoje não entendo as pessoas sedentárias, como eu fui.
Viva a sensação de: cansaço bom, realização numa poça de suor e dores musculares severas.
Comecei com muita resistência à coisa, confesso que, apesar de não ser completamente sedentária, não tinha a aptidão física de outros tempos.
Quem me conhece sabe que sempre fui uma rapariga de grandes e rijas carnes, o que se chama cá na terra uma rapariga mociça, vejo-me como uma espécie de padeira de Aljubarrota. Não foi a pensar ser a Sara Sampaio que comecei a fazer exercício físico, mas porque com 29 anos (talvez possa ter pesado a proximidade dos 30) estava a perder qualidade de vida e comecei a refletir sobre isso.
Tinha dores de costas terríveis, andava curvada e nas caminhadas no Geres fazia uma triste figura; ainda não sabia que tinha arranjado uma hérnia dorsal a pegar uma bacia de roupa molhada (daí as dores). Obriguei-me a fazer qualquer coisa para ganhar qualidade de vida, não bastava fazer dieta para perder peso, precisava de reforço muscular nas costas. Estava tramada pensei eu, Enganei-me!
Atualmente levanto-me às 6:00 da manhã para ir treinar, feliz da vida porque realmente o dia corre melhor.
Passados 18 meses de ginásio...
Fiz: várias aulas de Pilates, muito cardio, algum PT.
Trabalhei com: muita responsabilidade, perseverança, responsabilidade e determinação.
O que ganhei: flexibilidade (mais de 10 cm), massa muscular, autoconfiança, auto-estima, capacidade de sacrifício, energia, muitas dores musculares - das boas - e a postura de pivot de telejornal.
O perdi: massa gorda (cerca de 5%), pulsações por minuto (aproximadamente menos 20 por minuto), tensão arterial, muito volume e passividade.
Não perdi muito peso, porque o exercício físico dá fome, muita fome e ainda que tenha algum juízo não dá para muito...
Pode não ser muito, não seria capaz de fazer uma maratona nem um trail, mas cada um tem as suas conquistas. Estas são as minhas, estou orgulhosa e quero mais :)
Devo isto a mim e só a mim, mas se não fossem os médicos baterem-me na cabeça à força toda, o Vicente a dar o exemplo e o Professor Mota a picar-me era tudo mais difícil, muito mais difícil.
segunda-feira, 14 de setembro de 2015
O que se pode fazer com 13 ou 21 euros num mês?
Recentemente ponderei o que poderia fazer com um montante entre 13 e 21 euros por mês.
Não posso:
- Pagar a conta de eletricidade;
- Comer fora mais do que duas refeições (se considerarmos um prato económico);
- Pagar a mensalidade do ginásio;
- Comprar uma botija de gás;
- Pagar a medicação de um mês;
- Ir a uma consulta fora do SNS;
- Comprar um livro escolar;
- etc.
Posso:
- Comprar um livro (em segunda mão ou numa qualquer promoção);
- Comprar um CD;
- Comprar 3 cuecas;
- Um ramo de flores;
- Dois quilos de carne (preço médio, há mais barata e mais cara);
- POSSO GARANTIR QUE UMA CRIANÇA RECEBE ALIMENTAÇÃO, ASSISTÊNCIA MÉDICA E EDUCAÇÃO, num país em desenvolvimento faz-se muito com o nosso pouco...
Há algum tempo tive contacto com a HELPO e decidi ajudar uma menina africana (neste caso dos PALOP) a ir à escola. Uma menina, porque entendo que nestes contextos elas têm a vida mais dificultada; nestes países porque cada português tem, pela nossa história de exploração e escravatura, a obrigação moral de ajudar a restaurar as nações que não ajudou a criar de forma sólida e sustentável.
Obviamente verifiquei toda a informação da ONG HELPO, perguntei a pessoas que já conheciam, pareceu-me tudo muito sério. Já que quem me rodeia levantou sempre a questão do "Vê lá se não te enganam e depois ficam com o dinheiro...". Além disso, temos como verificar se a criança está efectivamente a ser ajudada; além de que me costumo reger pelo princípio da boa fé.
Claro que podia gastar esse dinheiro em outras coisas, mas com toda a certeza não seria tão bem investido :)
Não posso:
- Pagar a conta de eletricidade;
- Comer fora mais do que duas refeições (se considerarmos um prato económico);
- Pagar a mensalidade do ginásio;
- Comprar uma botija de gás;
- Pagar a medicação de um mês;
- Ir a uma consulta fora do SNS;
- Comprar um livro escolar;
- etc.
Posso:
- Comprar um livro (em segunda mão ou numa qualquer promoção);
- Comprar um CD;
- Comprar 3 cuecas;
- Um ramo de flores;
- Dois quilos de carne (preço médio, há mais barata e mais cara);
- POSSO GARANTIR QUE UMA CRIANÇA RECEBE ALIMENTAÇÃO, ASSISTÊNCIA MÉDICA E EDUCAÇÃO, num país em desenvolvimento faz-se muito com o nosso pouco...
Há algum tempo tive contacto com a HELPO e decidi ajudar uma menina africana (neste caso dos PALOP) a ir à escola. Uma menina, porque entendo que nestes contextos elas têm a vida mais dificultada; nestes países porque cada português tem, pela nossa história de exploração e escravatura, a obrigação moral de ajudar a restaurar as nações que não ajudou a criar de forma sólida e sustentável.
Obviamente verifiquei toda a informação da ONG HELPO, perguntei a pessoas que já conheciam, pareceu-me tudo muito sério. Já que quem me rodeia levantou sempre a questão do "Vê lá se não te enganam e depois ficam com o dinheiro...". Além disso, temos como verificar se a criança está efectivamente a ser ajudada; além de que me costumo reger pelo princípio da boa fé.
Claro que podia gastar esse dinheiro em outras coisas, mas com toda a certeza não seria tão bem investido :)
sábado, 25 de julho de 2015
Hoje não te posso dar os parabéns...
Hoje pela primeira vez desde 1999/2000 não te posso dar os parabéns. Apenas porque é o teu primeiro aniversário depois de desapareceres.
Farias hoje 31 anos, são poucas as horas que separam os nossos nascimentos e algures entre 1999 e 2014 descobrimos que foi na mesma maternidade! Em 15 anos de convivência foste meu colega de turma, meu amigo e meu aluno; foi sem dúvida a coisa mais sui generis que me aconteceu, ligares-me a dizer "Acho que vais ser minha professora de Análise.".
Vimo-nos crescer, tu deixaste de ser um rapaz muito tímido e introvertido; eu deixei de ser aquela rapariga que só gostava de futebol e matrecos. Vi a tua mudança radical na forma como vivias e encaravas a vida no 11º ano, porque as circunstâncias mudaram e tu percebeste que a vida tem de ser vivida. Foi o melhor que fizeste.
Eu fui pra Braga e tu para o Porto, mas não perdemos o contacto e haviam sempre fins de tarde de Verão passados numa esplanada.
Foste sempre bondoso até ao fim, solidário e genuinamente adorável, das melhores pessoas que conheci. Nunca tentaste tirar partido das circunstâncias que te podiam ser favoráveis e conseguiste ser um aluno muito bom e um ótimo colega.
Admiro-te por teres lutado, por teres tentado proteger quem te rodeava, merecias uma homenagem mais digna. Porque contigo aprendi que a vida tem de ser vivida, que não devemos adiar cafés e chás, e que não basta lutar, tu lutaste muito, lutaste tudo, mas nem todos sobrevivem.
Ainda assim valeu a pena lutares, porque venceste batalhas, ganhaste anos, meses, semanas, dias, horas, minutos e segundos. Na realidade quem realmente perdeu foram os que rodeavam.
Esta é a minha forma de te dar os PARABÉNS!
Farias hoje 31 anos, são poucas as horas que separam os nossos nascimentos e algures entre 1999 e 2014 descobrimos que foi na mesma maternidade! Em 15 anos de convivência foste meu colega de turma, meu amigo e meu aluno; foi sem dúvida a coisa mais sui generis que me aconteceu, ligares-me a dizer "Acho que vais ser minha professora de Análise.".
Vimo-nos crescer, tu deixaste de ser um rapaz muito tímido e introvertido; eu deixei de ser aquela rapariga que só gostava de futebol e matrecos. Vi a tua mudança radical na forma como vivias e encaravas a vida no 11º ano, porque as circunstâncias mudaram e tu percebeste que a vida tem de ser vivida. Foi o melhor que fizeste.
Eu fui pra Braga e tu para o Porto, mas não perdemos o contacto e haviam sempre fins de tarde de Verão passados numa esplanada.
Foste sempre bondoso até ao fim, solidário e genuinamente adorável, das melhores pessoas que conheci. Nunca tentaste tirar partido das circunstâncias que te podiam ser favoráveis e conseguiste ser um aluno muito bom e um ótimo colega.
Admiro-te por teres lutado, por teres tentado proteger quem te rodeava, merecias uma homenagem mais digna. Porque contigo aprendi que a vida tem de ser vivida, que não devemos adiar cafés e chás, e que não basta lutar, tu lutaste muito, lutaste tudo, mas nem todos sobrevivem.
Ainda assim valeu a pena lutares, porque venceste batalhas, ganhaste anos, meses, semanas, dias, horas, minutos e segundos. Na realidade quem realmente perdeu foram os que rodeavam.
Esta é a minha forma de te dar os PARABÉNS!
segunda-feira, 20 de julho de 2015
Ser madrinha...
Desde 4 de outubro de 2014 que sou madrinha, sem ser mãe. Não sou mãe (ainda) mas tenho um afilhado e isso é fabuloso, poder acompanhar de perto uma criança e aproveitar para fazer um campo de treino para a maternidade, é espetacular.
Tenho 30 anos e um afilhado, mas também sou afilhada. A minha madrinha tem um papel muito importante na minha vida, vivi toda a minha vida ao lado dela (somos vizinhas). É uma pessoa com quem posso contar, que se preocupa comigo e com quem me preocupo. Preocupou-se com a minha educação, fez parte dela e dizia sempre para ter juízo, ri-se dos meus disparates e ouve as minhas preocupações. Passo todos os Natais em casa dela, mas está presente todo o ano e toda a minha vida. Será, juntamente com o meu padrinho, minha madrinha de casamento. Por tudo isto encaro este papel com seriedade e compromisso.
Como tudo isto começou: tenho uma amiga desde os 15 anos que foi mãe um belo rapaz, decidiram batizar a criança, pelo que recebo uma mensagem para falarmos sobre o meu papel no batizado. Pensei que ia ler e já estava toda contente, até que o Vicente me diz "Deve ser para seres madrinha."; ao que respondi, em pânico, "Achas?!". E sim, estava certo. Fiquei radiante com a intimação para esse papel!
Nos últimos tempos tem-se assistido a uma "moda" de os padrinhos serem os tios e as tias, mas neste caso (ainda bem para mim) a opção foi diferente . O meu afilhado tem tios e tias, que têm o seu papel definido na vida do meu afilhado, também juntou a madrinha e respetiva família e o padrinho e respetiva família. Tem portanto um rede muito alargada de pessoas que podem ajudar e partilhar o seu crescimento.
Ser Madrinha (godmother) é formalmente ser mãe perante Deus, mas mais do isso é sermos escolhidas para sermos uma ajuda para a mãe em tempos difíceis e uma espetadora da felicidade em tempos alegres. Tento estar com o meu afilhado sempre que possível, atrapalhar na hora do banho, fazer-lhe um risoto de vez em quando e deixar que me babe com beijos.
Espero que durante esta jornada educativa não estrague o que os pais fazem, óbvio que tenho de estragar um bocadinho. Mas vou tentar não me deixar levar pelos olhos azuis, as bochechas rosadas e a cara de calimero, e assim fazer um bom trabalho. Tentarei fazer o melhor possível enquanto madrinha, para conseguir educar o meu querido afilhado da melhor forma.
Enquanto boa madrinha tenho fotos do meu afilhado no meu telemóvel que mostro com orgulho, o meu protetor de ecrã é uma foto dele mascarado de sapo no Carnaval, digo orgulhosamente o meu afilhado é o mais bonito do mundo e no dia que me chamar madrinha (ainda não tem 2 anos) será um dia de euforia! Se ser avó é ser mãe com açúcar, ser madrinha é o quê? Ser mãe com calda de açúcar :)
quarta-feira, 15 de julho de 2015
A careca de Laura Ferreira
Estou indignada com o que se tem dito e escrito sobre a Sra Laura Ferreira, apenas por ter aparecido em público sem temer a sua condição de doente oncológica. O que mais me chateia é isto ser sequer assunto de capa.
Pensava que era do conhecimento geral que a esposa do Primeiro Ministro estava com problemas de saúde, achava que já se tinha falado demais sobre os problemas oncológicos da senhora no último ano. Nunca me pareceu que os próprios quisessem explorar a condição da Senhora, sempre foram muitos discretos, até porque há muito mais do que falar na política portuguesa e europeia.
Achei que todos foram sempre pouco simpáticos e cordeais com a situação da vida pessoal desta família, independentemente da cor política, acho isto lamentável. As pessoas sofrem, são humanas, especialmente o português comum tem-se portado mal quando fala sobre o assunto; estamos todos a sofrer mas não se deseja mal a ninguém.
Foram recatados e tentaram resguardar a sua privacidade, as pessoas não se podem, nem devem esconder. Agora SÓ porque apareceu careca a senhora e o seu marido são apontados, por isto e por aquilo. E se tivesse aparecido com californianas o que diriam?!
Facto é, a Sra. Laura tem cancro e tal como outras mulheres e homens, assume a sua careca e todas as outras consequências de quem sofre com deste flagelo transversal. Eu, como todas as pessoas, conheço e convivo com pessoas que sobreviveram ao cancro, que tentam sobreviver e que não sobreviveram a esta doença que consome todos os que estão doentes e os que os rodeiam.
Penso que já basta de tanto falatório, esta família e os seus amigos, têm o direito de viver a sua vida. Optou por não usar peruca, qual é o problema?! Como mulher imagino (ainda que a minha imaginação não consiga jamais alcançar tal provação) que não seja fácil lidar com tudo isto, mas é preciso andar para a frente e agarrar o touro pelos cornos, foi o que ela fez. Tem os no sítio e está com certeza pronta para a atirar isto tudo para trás das costas, porque está mais preocupada em sobreviver.
A senhora esteve demasiado tempo sem acompanhar o marido e agora que o pode fazer não se deve esconder (até porque a concorrência deve ser feroz), além de ter uma filha pequena a quem tem de explicar tudo o que está a acontecer. É uma mulher normal, deixem a senhora ser o que é. Força nisso, Laura!
E que bonita que está...
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